Operação Ágata faz disparar preço da coca
15 Dez 2011
Alta nos preços de entorpecentes pode inibir tráfico e ajudar a reduzir o consumo de viciados
Thiago Itacaramby
O preço da pasta-base de cocaína – matéria prima da cocaína e do crack, teve o seu preço ‘aquecido’ nos últimos dias dentro do mercado internacional de drogas. Os efeitos dessa volatilidade são reflexos da Operação Ágata 3. A avaliação é da equipe do Grupo Especial de Segurança de Fronteira (Gefron) e das Forças Armadas, que atuaram no início do mês nas faixas de fronteira da Bolívia e Peru. A ação teve por objetivo combater o crime organizado nessas regiões.
Segundo o Ministério da Defesa, o relatório apresentado pelas secretarias estaduais mostram que a pasta-base de cocaína subiu 60% em Cáceres, Mato Grosso, e 65% em Dourados. O preço da maconha saltou 100% em Cuiabá e em Campo Grande. Em se tratando da pasta-base que entra pelo país a grande demanda é proveniente da Bolívia, cuja destinação final é o Sudeste do país, em particular, o eixo Rio-São Paulo.
Segundo dados repassados pelo coordenador do Gefron, tenente-coronel PM Antônio Mário da Silva Ibanez, o governo do atual presidente boliviano Evo Morales foi responsável por um incremento de 78% a mais do volume de entorpecente negociado em MT. Ainda de acordo com as estatísticas cerca de 80% da droga que entra no Brasil passa por territórios mato-grossenses. No ano de 2010 há uma estimativa de que 40 toneladas teriam entrado pelo país.
Em se tratando do valor negociado, o preço médio de um quilo de pasta-base de cocaína é de R$ 5 mil reais, de entorpecente entrado no país. Já o produto com destinação a outros estados o valor final pode variar de R$ 8 a 10 mil. “No auge da especulação o valor negociado é quase que dobro do valor praticado normalmente”, detalhou o coordenador do Gefron.
“A avaliação que fazemos é uma redução de cometimento de crimes em pelo menos 90% das ocorrências de criminalidade nessas regiões fronteiriças”, disse o tenente-coronel PM Ibanez. A operação contou com 600 soldados do Gefron. Em 2010, o Grupo participou de 52 ações de combate ao crime organizado em todo o estado.
A operação
Coordenada pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, a Ágata 3 integra o Plano Estratégico de Fronteiras, lançado em junho pela presidenta da República, Dilma Rousseff. O plano é coordenado pelo vice-presidente Michel Temer. A ação tem por objetivo combater crimes transfronteiriços e ambientais.
Iniciada no dia 22 de setembro nas regiões de fronteira com o Peru, Bolívia e Paraguai, a operação já apreendeu drogas, produtos contrabandeados, prendeu traficantes e acusados de aplicar o golpe do seguro e evitou a passagem de drogas nos chamados corredores do narcotráfico.
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