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domingo, 27 de novembro de 2011

REVISTA CENSURA ENTREVISTA


                  Veja a entrevista abaixo concedida pela estudante Vanessa Zetler à jornalista Rachel Costa, da revista "Isto É", sobre movimentos de ocupação, notadamente, Wall Street, e em seguida assista o vídeo de uma outra entrevista no mesmo período, sobre o mesmo tema, concedida à mesma jornalista pelo filósofo Olavo de Carvalho. Ocorre que  a entrevista escolhida para publicação foi a da estudante.  Antes, procure recordar: teoria do controle mental, mídia de massa, reconstrução da realidade, manipulação da linguagem, fabricação do consentimento, gramscismo,  teoria da conspiração, etc, e tire suas próprias conclusões: 






ENTREVISTA
|  ISTOÉ Online |  11.Nov.11 - 21:00 |  Atualizado em 27.Nov.11 - 17:22


"Ocupar é dar um grito de indignação"

Brasileira vivendo nos Estados Unidos, Vanessa Zetler se tornou uma das vozes públicas dos manifestantes acampados em Wall Street desde 17 de setembro

Rachel Costa

Era difícil imaginar, em 2010, quando chegou aos Estados Unidos para estudar, que um ano depois ela estaria dormindo na rua em com vários outros manifestantes, pedindo mais participação popular nas decisões do governo. Era difícil imaginar que, em cerca de mil pontos diferentes do globo, gente como ela estaria fazendo o mesmo: permanecendo nas ruas como forma de protesto. Em entrevista à ISTOÉ, a paulistana Vanessa Zettler, 23 anos, conta como tem sido participar do Occupy Wall Street, em Nova Iorque, um dos acampamentos mais famosos do movimento mundial, e revela o que querem os acampados. 
Você ainda está dormindo no acampamento de Wall Street? 
Ando bastante ocupada com os estudos. Por isso, nas últimas semanas, estou dormindo em casa. No primeiro mês passei a maior parte das noites na praça, quando ainda não tínhamos barracas. Dormíamos com sacos de dormir em cima de papelão. Algumas noites eram bem frias e barulhentas, mas quanto mais eu dormia lá, mais eu me acostumava. Hoje em dia temos barracas na Liberty Plaza, direito conquistado após um mês de ocupação. 
Valeu à pena?
Sempre. Dormir na praça é uma experiência de vida. Acordar no olho do furacão, junto com todos os acampantes, é uma sensação incrível. Ocupar é uma forma de abrir um espaço social e político que não existia antes. A passeata, por exemplo, existe para fazer uma exigência específica. A ocupação é uma formação orgânica: acontece com a cooperação de todas as pessoas envolvidas e evolui através do tempo. A ocupação é a resposta para um mundo que parece estagnado, onde não vai ser apenas uma passeata que vai promover a mudança que queremos. Ocupar é dar um grito de indignação. E o momento em que vivemos culminou para isto. Nossa inspiração vem da Primavera Árabe e das acampadas na Espanha e na Grécia do primeiro semestre deste ano. 
Critica-se muito a falta de propostas dentro dos movimentos de acampamento. Isso não é realmente um problema?
Não. O mais interessante das ocupações é que elas não têm demandas específicas. Antes de mais nada, queremos estabelecer um diálogo e, por meio dele, chegar a novos lugares, quem sabe até a novas demandas. Mas sem esse diálogo, nada novo pode surgir. Isso porque temos primeiro de rever nossos conceitos, nosso vocabulário e nossas relações de poder. O que chamamos de democracia? O que chamamos de justiça? Por que aceitamos pequenas conquistas como se fossem suficientes? O mais maravilhoso do movimento é provocar essas indagações. Só através delas, e de tantas outras, é que podemos começar a construir um mundo melhor. 
O que os movimentos Ocupe pretendem mostrar à sociedade?
Que a história não acabou, que ela está sendo escrita neste exato momento e que cada indivíduo, não importa sua posição social, pode fazer a diferença para escrever os rumos do nosso mundo. Queremos mostrar que não estamos satisfeitos com essa ordem política financeira, globalizada, imperialista, desenvolvimentista, que em lugar de valorizar educação, saúde e cultura, valoriza lucro, corporações e a manutenção do status quo. Somos a maioria da sociedade sufocada por essa ordem. O mote dos "99%" expressa isso. 
Os movimentos Ocupe são encabeçados por jovens, brancos e de classe média. Também não falta representatividade a esses movimentos por causa disso?
Sim, não se pode negar que é um movimento nascido na classe média branca e universitária. Aqui no Occupy Wall Street isso sempre foi uma preocupação: buscar mais vozes e mais representatividade. Aqui, ao longo do primeiro mês de ocupação conseguimos um forte apoio de sindicatos de trabalhadores, dos grupos de cor, de imigrantes e até de grupos de terceira idade. Hoje eles também integram o movimento. O desafio de unir a sociedade é anterior aos Ocupes, e, é claro, enfrentamos este desafio. Vejo as ocupações muitas vezes como microcosmos de nosso mundo, mas em um espaço onde os problemas são debatidos e as soluções são buscadas. Cabe a todos nós ir além e transformar essa realidade.
O que há de comum em todos os Ocupes espalhados pelo mundo?
Eles são bem semelhantes, especialmente no aspecto da defesa da democracia direta, usada como ferramenta dentro dos próprios acampamentos como forma de garantir a voz de todos durante as assembléias gerais. 
E o que os diferencia?
A diferença fundamental, claro, é o cenário social e político em que cada uma se insere. Aqui no Occupy Wall Street estamos falando de dentro do império. O país está passando por uma recessão muito forte e não é a primeira vez que a população vê isso acontecer. Em São Paulo, existem outras questões sendo discutidas, assim como em cada cidade lhe cabe localizar seus problemas particulares. 
Você tem contato com a ocupação de São Paulo?
Sim. É a minha cidade e desde o começo estou em contato com eles. Sei das conquistas e dos desafios. Sei também que estão acontecendo ocupações em várias cidades do Brasil e estou muito feliz por isso.
Os movimentos Ocupe fazem uma crítica severa à democracia representativa. Há sugestões do que poderia substituí-la?
Votar uma vez a cada quatro anos não nos torna participantes das decisões que moldam nossa sociedade. Em resposta a isso, as ocupações pregam o horizontalismo, ou seja, uma democracia direta. Nesse tipo de democracia, os grupos da sociedade podem expressar suas vozes diretamente em assembléias, sem nenhum líder que nos represente. É assim que acontece nas ocupações e foi assim que nos construímos e crescemos como movimento.
Do mesmo modo que houve um dia de ocupação haverá um momento coletivo para todos os Ocupes saírem das praças ao redor do mundo?
Não. Cada ocupação vai saber quando vai ser seu momento para se retirar. Cada cenário é bem diferente, influenciado pelo clima, pelas conquistas e pelas novas idéias de passos para o futuro. (Isto É)
Agora assista a entrevista concedida por Olavo de Carvalho:

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