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domingo, 27 de novembro de 2011

GOVERNADOR DO RIO FALA SOBRE UPP


27 Nov 2011
Fábio Vasconcellos, Adriana Oliveira e Jorge Antônio Barros

Governador afirma que programa da polícia pacificadora veio para ficar e nasceu de um desafio feito por sua mulher CABRAL: "Quando a sociedade se apropria de uma política, é muito difícil o homem público desfazer-se dela"

Com três anos de instalação da primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), o governador Sérgio Cabral garante que o programa veio para ficar. Ele, que deu carta branca para que o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, levasse adiante o projeto de pacificação, afirma que a Rocinha terá a sua UPP nos primeiros meses de 2012. Segundo Cabral, o programa nasceu também por pressão da sua mulher, Adriana Anselmo.

Governador, como nasceu a ideia das UPPs?

SÉRGIO CABRAL: Desde o início do nosso governo, a gente se debruçou muito sobre essa coisa de recuperação de territórios. E acho que o Alemão, em 2007, foi muito emblemático. Ficamos nos perguntando: meu Deus, fizemos uma grande operação, fomos embora e a malandragem continua lá, nada mudou para o povo que lá mora. Vamos repetir o que todo mundo fez? A primeira UPP nasceu de um desafio posto pela minha mulher, Adriana. Na campanha de 2006, o ex-prefeito Cesar Maia assinou um documento com os candidatos se comprometendo a assumir equipamentos do estado. Assim que assumimos, passamos a creche do Dona Marta à prefeitura. Passou 2007, a creche ficou fechada (um ponto de venda de drogas ficava próximo à creche). No fim de 2008, mandei a Adriana lá. Ela disse que era uma vergonha a situação, com vários bandidos na comunidade.

Então Adriana é a mãe das UPPs?

CABRAL: Ela é a instigadora da UPP. Ela dizia: é uma vergonha que o Estado não possa entrar lá e tomar conta de um aparelho público. Entramos e o Mariano (José Mariano Beltrame) manteve a equipe e deu o nome de Unidade de Polícia Pacificadora. O Dona Marta foi o grande laboratório.

O senhor acha que conseguiria fazer as UPPs sem uma pessoa como Beltrame?

CABRAL: Muito difícil. Como em outras áreas do meu governo, eu não conseguiria fazer as obras que fiz se não fosse o Pezão (Luiz Fernando Pezão, vice-governador), sem essa equipe que eu montei. Na segurança a mesma coisa. O Beltrame foi imprescindível. Ele com aquela tenacidade, uma sensibilidade muito própria. Beltrame é uma pessoa muito sensível, muito humana e muito dura.

O senhor falava sobre o processo de criação das UPPs...

CABRAL: Nós começamos a discutir como era a formação dos policiais após a ocupação do Dona Marta. Então, o mérito é do Mariano e da sua equipe. Ele dizia: governador, não podemos ter policiais (antigos) porque mesmo aquele mais sério já teve algum envolvimento com o enfrentamento numa comunidade, ele traz uma carga emocional, tem algum tipo de trauma. Então vimos que o processo de formação na PM era um desastre, e aí o Beltrame se esforçou brutalmente (para reformular os cursos de formação da PM).

Com todas essas qualidades, Beltrame pode se candidatar a governador?

CABRAL: O Mariano não é filiado a partido nenhum e só pensa numa coisa: deixar o Rio mais seguro e tranquilo para os moradores e visitantes. Trazer qualquer possibilidade eleitoral para o Mariano é jogar contra a nossa população.

Governador, como será daqui a dez anos? O policial militar vai continuar fazendo esse trabalho de mediação dentro das comunidades? Sérgio Besserman (ex-presidente do IBGE) propõe a criação de conselhos comunitário. Como o senhor vê essa ideia?

CABRAL: Acho a ideia ótima. Isso caminha, em algumas comunidades, mais rapidamente e em outras, mais lentamente. Eu acho que, daqui a dez anos, haverá um turning point , que é a capacidade e a audácia. Entraram a ordem e a lei, entra o social, mas tem que entrar o capitalismo. O que aconteceu no Rio? Além da falsa dicotomia entre ordem pública e direitos humanos, esse falso conceito enveredou para o urbanismo. A ocupação irregular foi tida como algo natural. Então, o poder público nem legalizou as terras, nem mudou o código de construção.

Depois que o senhor concluir o seu mandato, que mecanismos estão sendo deixados para que a UPP continue?

CABRAL: Eu acho que são políticas de Estado. Você não tem uma legislação: "fica instituída a UPP". É uma política da qual a sociedade se apropriou. Quando a sociedade se apropria de uma política, é muito difícil para o homem público desfazer-se dela. A UPP permitiu à cidade uma retomada consigo mesmo.

A sua meta de 40 UPPs até 2014 está mantida?

CABRAL: Sim. Nós vamos surpreender. Vamos acabar com os territórios paralelos (...). Vamos concluir a instalação da UPP da Rocinha no primeiro trimestre de 2012 ou, no máximo, entre março e abril. Ao final de junho, vamos concluir as UPPs do complexo da Penha e do Alemão, que são as maiores unidades pacificadoras no Rio.

O senhor acha que a corrupção pode jogar fora a política de UPPs?

CABRAL: Não vai jogar fora. Nós vamos punir, e estamos punindo.

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